A menos de seis meses para o Carnaval de 2022, quatro capitais brasileiras já começaram a desenhar os planos para realizar o evento sem restrições de distanciamento social e uso de máscaras contra a Covid-19.
À CNN, as prefeituras de Salvador e Recife afirmaram nesta terça-feira (5) que estudam a possibilidade do Carnaval de 2022 acontecer “desde que a pandemia esteja controlada”.
Os prefeitos de São Paulo e Rio de Janeiro sinalizaram também que há chances das cidades celebrarem a festa.
No Carnaval de 2020, as quatro capitais reuniram mais de 42 milhões de pessoas, segundo dados das prefeituras. Em 2021, o evento foi cancelado devido ao novo coronavírus.
No domingo (3), Paes já havia dito que, se houver Carnaval em 2022, a festa será realizada sem restrições. Ele ressaltou, porém, que vai depender da situação da pandemia e da manutenção na queda de casos da Covid-19 na cidade.
Segundo estimativa do secretário municipal de Saúde do Rio de Janeiro, Daniel Soranz, 65% da população carioca deve ter completado o ciclo vacinal no dia 15 de outubro. O índice é considerado pelo Comitê Científico da Prefeitura do Rio como desejável para as pessoas deixarem de usar máscaras de proteção contra a Covid-19 em locais abertos e sem aglomeração, e a cidade seguir o Plano de Flexibilização.
À CNN, um dos integrantes do Comitê, o médico infectologista Alberto Chebabo informou que a expectativa é de que o Rio conclua a segunda etapa do plano vacinal entre os dias 20 e 25 de outubro, com mais de 65% da população carioca imunizada com a 2ª dose da vacina contra Covid.
A cidade do Rio de Janeiro recebeu mais de 10 milhões de pessoas no Carnaval de 2020.
São Paulo
Em São Paulo, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) alegou que a cidade de São Paulo terá Carnaval apenas se os números da Covid-19 continuarem em baixa e a pandemia estiver controlada. No entanto, o prefeito já disse que a estimativa é que 15 milhões de pessoas participem da folia na cidade.
Ele afirmou que encomendou um estudo aos técnicos da Secretaria de Saúde para que seja possível eliminar a obrigatoriedade do uso de máscaras na capital paulista em áreas externas.
“Tanto o Carnaval de rua quanto o do sambódromo, não conseguiríamos fazer se não houvesse uma preparação antes. Não dá pra esperar até fevereiro para eles começarem a fazer toda a preparação”, disse Nunes. “Todo mundo sabe que temos um compromisso que, se a questão sanitária continuar como está, teremos Carnaval. E, se isso alterar, não teremos”, acrescentou o prefeito.
De acordo com o decreto publicado no Diário Oficial, os desfiles dependem da autorização de órgãos municipais de Saúde e da imunização de pelo menos 70% dos paulistanos.
Salvador
Já em Salvador, o prefeito Bruno Reis (DEM) também afirmou que “haverá festa”, referindo-se ao Carnaval e ao Réveillon, caso haja patrocinador e condições sanitárias. Em 2020, a capital da Bahia reuniu 16,5 milhões de foliões.
Nesta terça-feira (5), Reis ressaltou que Salvador não registou aumento nos números de casos da Covid-19, diferente de outras cidades baianas. Ele atribuiu o feito ao avanço da vacinação na capital.
Durante coletiva, ao ser questionado sobre o Carnaval do ano que vem, o prefeito disse que Salvador terá Carnaval se houver condições sanitárias.
“Vi ontem São Paulo anunciando que pode ter carnaval com 83% de pessoas com a primeira dose. Nós estamos com 97,6%. Temos condições de fazer. Com as barreiras, revistas, e todas as restrições necessárias, como exigir o cartão de vacinação com a segunda dose”, disse.
Recife
A prefeitura de Recife instalou uma comissão para planejar o Carnaval de 2022 na cidade. Nesta terça-feira (5), o prefeito João Campos (PSB) ressaltou que a decisão da realização ou não do evento é “estritamente das autoridades sanitárias”.
Embora a gestão do prefeito João Campos tenha instalado nesta terça-feira (5) a Comissão Interna do Carnaval, formada por secretarias do município do Recife que darão as diretrizes para realização do evento, o Carnaval 2022 ainda não está definido.
“A gente está formando, no dia de hoje, a comissão do Carnaval. Vai ser uma comissão constituída pelas secretarias do município com atuação direta na construção e na realização do Carnaval, para que todos os processos burocráticos e administrativos sejam iniciados, garantindo que o Recife estará apto a realizar um grande Carnaval. Lembrando que a decisão da realização ou não do Carnaval é estritamente das autoridades sanitárias”, disse o prefeito João Campos.
Segundo a Prefeitura, o evento dependerá do parecer das autoridades sanitárias.
Em 2020, o carnaval do Recife teve um público de 2 milhões de pessoas durante os cinco dias oficiais da festa, segundo dados da Prefeitura. A administração municipala considerou o evento pré-pandemia como o maior de toda a história da cidade.
(*Com informações de Camille Couto, da CNN, no Rio de Janeiro, e Diego Barros, da CNN, em Recife)