Irmãos que ficaram perdidos na floresta amazônica apresentam ganho de peso, diz boletim médico
22/03/2022 11:10 em Geral

 

Os irmãos Gleiçon Carvalho Ferreira, de 9 anos, e Glauco Carvalho Ferreira, de 7 anos, que ficaram perdidos 27 dias em uma área de mata, em Manicoré, apresentaram ganho de peso após dois dias internados no Hospital Pronto-Socorro da Criança da Zona Oeste de Manaus. A informação consta no boletim médico divulgado pela Secretaria Estadual de Saúde (SES). No entanto, não foi detalhado qual o ganho de peso dos meninos.

As crianças desapareceram no dia 18 de fevereiro e foram localizadas na terça-feira (15), apresentando um quadro grave de desnutrição e escoriações na pele. Na quinta, eles foram transferidos para Manaus, onde estão sendo acompanhados por uma equipe da Secretaria de Saúde.

 

Segundo o pediatra Eugênio Tavares, responsável pelo acompanhamento das crianças em Manausos garotos precisam recuperar 50% do peso que perderam para poder voltar para casa.

"O estado [de saúde das crianças] é grave, mas estável. Estão conseguindo se alimentar por via oral, urinando bem e o pulso também está normal. Faremos uma transição na alimentação, agora está sendo líquida, depois pastosa. Eles precisam ganhar pelo menos 50% do peso que perderam durante todo esse período, para poder voltar a Manicoré. Mas não há uma previsão certa para que isso aconteça, até lá faremos o acompanhamento contínuo", explicou o pediatra na quinta.

Segundo a SES, as crianças seguem estáveis, comunicativas e com boa resposta ao tratamento preconizado, acompanhadas por equipe multidisciplinar da unidade.
Ambos apresentaram melhora considerável do quadro, aceitam a dieta pastosa, evoluem com cicatrização das lesões, e também boa recuperação das funções renais. Ainda não há previsão de alta.

Fruta amazônica

Para sobreviver na floresta, os irmãos se alimentaram de uma fruta típica da Amazônia chamada sorva. 
"Eu perguntei 'meu filho vocês não comeram nada?' Ele me disse: 'a gente comeu sorva, mãe'. Os meninos sempre comiam sorva porque meu filho mais velho pegava quando ia caçar e sempre que via trazia uma saca pra eles. Então eram acostumados com a sorva", contou a agricultora Rosinete da Silva Carvalho, mãe dos meninos.

É um fruto pequeno, adocicado, redondo, de coloração verde e casca fina. Historicamente, a sorva era um alimento usado por seringueiros que saíam para trabalhar na floresta sem levar nenhum alimento e fazia parte da nutrição diária desses trabalhadores.

Segundo o Ministério da Saúde, 100 gramas de sorva têm 358 kilocalorias, 30,4 g de carboidratos e 25,6 g de gorduras.

Sorva já foi encontrada em estados como Amazonas, Pará, Amapá e Rondônia, chegando até as Guianas, Colômbia e Peru. O fruto é geralmente encontrado em meio à floresta densa de matas virgens. O tamanho da sorva pode variar, podendo ter desde o tamanho de uma uva até o de um limão.

Fonte: G1



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