A Marquês de Sapucaí deve receber de 72 mil a 75 mil pessoas nesta sexta-feira (22), na volta das escolas de samba do Grupo Especial do Rio de Janeiro, após um ano de paralisação por conta da pandemia de Covid-19.
A partir das 22h, Imperatriz Leopoldinense, Mangueira, Salgueiro, São Clemente, Viradouro e Beija-Flor vão passar pela avenida.
O presidente da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), Jorge Perlingeiro, afirmou que as agremiações vão garantir um show para o público.
“Eu me surpreendi com a qualidade e o nível de excelência dos barracões. Eu acho que a gente pode esperar um Carnaval com muito luxo, beleza, riqueza, criatividade. O povo está ávido depois de dois anos sem ver o espetáculo e as escolas estão retribuindo”, declarou à CNN.
A Imperatriz Leopoldinense vai homenagear o carnavalesco Arlindo Rodrigues. Já a Mangueira honrará três ícones da escola: o compositor Cartola, o intérprete Jamelão e o mestre-sala Delegado. Já o Salgueiro vai destacar pontos importantes da cidade que são símbolos da herança da cultura negra.
São Clemente levará para a Sapucaí uma homenagem ao humorista Paulo Gustavo, que morreu no ano passado por complicações da Covid-19. Em um paralelo com o que o Brasil vive hoje pela pandemia, a Viradouro mostra o sentimento do Carnaval após a passagem da epidemia de Gripe Espanhola pelo país, em 1919. Já a Beija-Flor fecha o primeiro dia de desfiles e canta “empretecer o pensamento” na luta contra o racismo.
Cerca de 24 mil pessoas devem desfilar na Marquês de Sapucaí, segundo a Liesa. Cada agremiação tem, no mínimo, 60 minutos para se apresentar e, no máximo, 70 minutos. Cada minuto a mais ou a menos do exigido gera um desconto de 0,5. Entre os quesitos obrigatórios estão a necessidade de no mínimo 200 ritmistas na bateria, 60 baianas e de quatro a seis alegorias.
Se o público acompanha cada escola com o olhar de encanto e paixão, 45 jurados ficam distribuídos pela Marquês de Sapucaí para avaliar com rigor cada critério. São cinco para cada um dos nove quesitos: bateria, samba-enredo (letra e melodia), harmonia (entrosamento entre ritmo e canto), evolução (se a progressão da dança acontece de acordo com o ritmo do samba e com a cadência da bateria), enredo (criação e apresentação artística de um tema ou conceito), alegorias e adereços, fantasias, comissão de frente e mestre-sala e porta bandeira.
‘Uma cidade’ dentro do Sambódromo
Um estudo divulgado pela Prefeitura do Rio de Janeiro mostra que aproximadamente 20 mil trabalhadores atuam por dia no Sambódromo, considerando apenas as credenciais liberadas. Cerca de 65% são de prestadores de serviço, como alimentação, organização de camarotes, segurança e limpeza. Já a imprensa concentra quase 13% das credenciais. Servidores da Prefeitura representam mais 20%.
Neste ano, o município escalou quase 500 garis por noite, 71 profissionais de saúde em sete postos médicos, 3 mil agentes da Secretaria Municipal de Ordem Pública e Guarda Municipal, além de operadores de trânsito, fiscais da Vigilância Sanitária, equipes para distribuição de pulseiras de identificação para crianças, entre outros. Os números ainda não consideram as dezenas de ambulantes que atuam ao redor do Sambódromo.
Segundo a pesquisa elaborada pela prefeitura do Rio, reunindo todos os públicos envolvidos, são mais de 100 mil pessoas em um dia de desfile, o que supera a quantidade de habitantes de 94% das cidades do Brasil.
O levantamento ainda indica que, em 2020, o Carnaval movimentou R$ 4 bilhões na economia carioca. Em um ano de folia completa, com desfiles e blocos, os recursos movimentados nos quatro dias de festa equivalem a todo o volume gerado pelas praias cariocas durante todo o ano.
Com o cancelamento dos blocos e o fatiamento da data, a expectativa é de que o Carnaval movimente R$ 2,8 bilhões em 2022, segundo cálculos do economista Gabriel Pinto, coordenador do Laboratório de Inteligência Artificial da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).
Fonte: CNN Brasil