O governador Ranolfo Vieira Júnior (PSDB) defendeu a utilização das câmeras em fardas de policiais militares, medida que pretende começar a implementar até o fim deste ano. O assunto voltou a ganhar força após a morte do jovem Gabriel Marques Cavalheiro, de 18 anos, em São Gabriel. Ele desapareceu após uma abordagem policial e seu corpo foi encontrado uma semana depois, na última sexta.
“É uma tecnologia importante para a segurança, e nós somos totalmente favoráveis à utilização de câmeras corporais. Todo o mundo moderno já vem usando essa tecnologia”, afirmou Ranolfo à Rádio Gaúcha. No início do mês, a Brigada Militar finalizava a aquisição de 300 desses equipamentos. Desde que câmeras foram instaladas nos uniformes da polícia de São Paulo, em 2021, a letalidade diminuiu. O mesmo, entretanto, não ocorreu no Rio de Janeiro, onde alguns batalhões da PM adotaram a tecnologia em maio.
Também à Gaúcha, o comandante-geral da BM, Cláudio dos Santos Feoli defendeu a tecnologia e confirmou a sua incorporação à rotina em breve: “Com certeza, trará maior transparência para todas as ações policiais”. Os três policiais envolvidos na morte do jovem estão presos e ontem receberam um novo pedido de prisão preventiva.
Em entrevista, Luã Cruz, pesquisador do Programa de Telecomunicações e Direitos Digitais do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor, alertou para a importância de mecanismos de prestação de contas deste tipo de ação. “A gente tem que saber se as câmeras estão funcionando, quem vai ter acesso às gravações, por quanto tempo elas vão ficar armazenadas, o que vai acontecer com os policias que tentarem burlar esse instrumento”, citou.
Tecnologia não é consenso entre candidatos – O uso de câmeras na farda dos policiais, ainda que bancado pelo atual governo, não é um tema unânime entre os candidatos a suceder Ranolfo. Enquanto Eduardo Leite (PSDB), Edegar Pretto (PT) e Vieira da Cunha (PDT) defendem a implementação da tecnologia, os bolsonaristas Onyx Lorenzoni (PL) e Luis Carlos Heinze (PP) se manifestam contrariamente à adoção.
Fonte: Grupo Matinal Jornalismo
