Feriado 7 de setembro: museus que contam a história da Independência do Brasil
Vida e estilo
Publicado em 31/08/2021

história conta que em 7 de setembro de 1822, Dom Pedro I declarou a Independência do Brasil às margens do riacho do Ipiranga. Antes uma colônia de Portugal, as terras brasileiras passaram a ser uma monarquia, com o próprio Dom Pedro I como imperador. Palácios, monumentos e parques em São Paulo e no Rio de Janeiro também entraram para a história como personagens importantes na trajetória da independência do país.

Hoje pontos turísticos e de interesse histórico-cultural, eles carregam a história do país e, junto de museus, dividem a tarefa de relembrar e transmitir o passado para todas as gerações. A seguir, confira alguns locais que ajudam a contar a história da Independência do Brasil:

Palácio de São Cristóvão, no Rio

museu nacional palacio de sao cristovao
Palácio de São Cristóvão, sede do Museu Nacional, na Quinta da Boa vista, no Rio de Janeiro (Foto: Wikimedia Commons)

Seu rico passado histórico coincide com vários fatos marcantes dos rumos do Brasil. Hoje sede do Museu Nacional, no parque da Quinta da Boa Vista, o Palácio de São Cristóvão foi utilizado primeiramente como residência da família real portuguesa a partir de 1808. Em 1822, era ali que Dom Pedro I residia quando, em 13 de agosto, saiu rumo a São Paulo, caminho que resultaria na proclamação da independência do Brasil.

A partir da independência, o local passou a ser morada da então família imperial brasileira. Foi palco da primeira Assembleia Constituinte Republicana, que se iniciou em 1889, e destinado ao uso do museu em 1892. Embora uma instituição ligada à história natural e antropologia, o local de estilo neoclássico retoma os tempos da realeza e do império. Porém, o Museu Nacional sofreu um incêndio de grandes proporções em 2018, atingindo quase que integralmente seu acervo. Atualmente, passa por restauros e a entrada de visitantes está suspensa, com aberturas parciais esperadas para 2022. Dica: o Google Arts & Culture disponibiliza um passeio virtual e guiado pelo acervo do museu antes do incêndio de 2018.

Cercado de verde, o parque do entorno possui um lago e quadras poliesportivas, espaço convidativo para passeios ao ar livre e piqueniques. Ali estão também estátuas de bronze originais, o Templo de Apolo e o portão da Quinta – um presente de casamento do Duque de Northumberland ao casal D. Pedro I e Leopoldina.
Av. Pedro II, s/n – São Cristóvão – Rio de Janeiro. 

Pátio do Colégio, em São Paulo

Patio do Colegio
Pátio do Colégio, marco do nascimento da cidade de São Paulo (Foto: Wikimedia Commons)

Além de ter sido o local onde a cidade de São Paulo nasceu, com uma missa em 25 de janeiro de 1554 que oficializou o advento do colégio jesuíta, o Pátio do Colégio, obra apostólica pertencente a Companhia de Jesus, também foi palco de um fato marcante na história do Brasil.

Hoje no centro da metrópole e aberta à visitação, foi ali que, em setembro de 1822, Dom Pedro I se hospedou em sua passagem por São Paulo para declarar a independência do Brasil. No mesmo 7 de setembro, de acordo com documentos do próprio Pátio do Colégio, D. Pedro compôs o hino da Independência, embalado pelas ocorrências do dia, que seria cantado ao anoitecer por pessoas à sua volta.
Largo do Pátio do Colégio, Centro – São Paulo

Museu do Ipiranga, em São Paulo

Museu do Ipiranga
Fachada do Museu do Ipiranga, que atualmente encontra-se em reformas (Foto: Wikimedia Commons)

Impossível falar da Independência e não falar sobre ele. O Museu Paulista da Universidade de São Paulo, popularmente conhecido como Museu do Ipiranga, é um dos mais importantes do país, sendo uma instituição cultural, científica e educacional que abriga mais de 450 mil itens – entre objetos, iconografia e documentos textuais. Com um acervo que remonta desde o século XVII, o museu foi aberto em 7 de setembro de 1895 como um monumento comemorativo da Independência.

O local possui um relevante papel na memória deste período, uma vez que acomoda objetos com altíssimo valor histórico que possuem alguma relação com o processo. Um deles é o quadro Independência ou Morte, de Pedro Américo, representação mais famosa da independência brasileira que coloca em evidência a figura de Dom Pedro I.

O museu está fechado desde 2013 devido a obras de restauração e tem previsão de reabertura em 2022, a tempo das comemorações dos 200 anos da Independência do Brasil. Enquanto permanece fechado, há um passeio digital pelas dependências do museu, assim como foi disponibilizado um passeio virtual pelas obras do local, que data de abril de 2020. No seu entorno fica o Parque da Independência, com jardins e áreas abertas que abrigam ainda o Monumento à Independência.
Parque da Independência, s/n, Ipiranga – São Paulo. 

Monumento à Independência, em São Paulo

Monumento da Independencia
Monumento à Independência, que fica às margens de um dos trechos do riacho do Ipiranga (Foto: Wikimedia Commons)

O conjunto em escultura de granito e bronze foi inaugurado no bairro do Ipiranga na comemoração do centenário da Independência, em 7 de setembro de 1922. Foi feito pelas mãos do italiano Ettore Ximenes em frente a um dos trechos do riacho do Ipiranga, que, apesar de poluído atualmente, ainda possui relevante valor histórico-cultural. Ao redor do monumento há a representação de episódios e personalidades vinculados ao processo de independência, a exemplo da Inconfidência Mineira e as figuras de José Bonifácio de Andrada e Silva e Hipólito da Costa.

Interessante ressaltar que dentro no interior do monumento há uma cripta imperial onde foram depositados os restos mortais de Dom Pedro I e de suas duas esposas, Maria Leopoldina e Amélia Beauharnais. Os despojos de D. Pedro vieram para cá de Lisboa em 1972 em razão dos 150 anos da Independência do Brasil. Há ainda, na parte frontal do monumento, uma pira, que, de acordo com a Prefeitura de São Paulo, simboliza o amor incondicional à Pátria.
Praça do Monumento, s/nº, Parque da Independência, Ipiranga – São Paulo

Casa do Grito, em São Paulo

Casa do Grito Ipiranga
Casa do Grito, localizada num bosque dentro do Parque da Independência (Foto: Wikimedia Commons)

Eternizada pelo quadro Independência ou Morte, de Pedro Américo, que retrata uma casa com características semelhantes, a Casa do Grito fica dentro do Parque da Independência e é alvo de contestações culturais e históricas. Os registros mais antigos da existência da propriedade datam de 1844, depois do processo de Independência.

Fato é que a casa entrou no imaginário popular e ajuda na compreensão da importância simbólica do entorno para a história do país. Foi uma morada até 1936, quando foi desapropriada pela gestão municipal, e ficou abandonada até 1955.

Atualmente é uma das casas que fazem parte do Museu da Cidade de São Paulo (MCSP) e abriga exposições relacionadas à cidade. Curiosidade: as obras de restauro do local em 1955 incluíram uma janela falsa, com a intenção de aproximar visualmente a casa representada na obra de Pedro Américo.
Praça do Monumento, s/n, Ipiranga – São Paulo.

Parque da Independência, em São Paulo

Parque da Independencia
Vista aérea do Parque da Independência, no bairro do Ipiranga, em São Paulo (Foto: Wikimedia Commons)

Tombado por conselhos nacionais e estaduais como patrimônio cultural, o parque foi inaugurado em 7 de setembro de 1989 nas margens do córrego do riacho do Ipiranga, que entrou para a história como o local do Grito da Independência, em 1822, por Dom Pedro I. Serve também como uma demarcação do espaço no bairro e forma de preservar a memória coletiva do local, que ganhou relevância de valor simbólico relacionado à independência.

Rodeado de jardins, o local a céu aberto de mais de 160 mil metros quadrados abriga todos os locais culturais acima, como o Museu do Ipiranga, o Monumento da Independência e a Casa do Grito. Aberto para o público em geral, é equipado com praça, bosque, pista de cooper, aparelhos de ginástica, playground, chafariz com fonte e cascata e sanitários.
Av. Nazaré, s/nº, Ipiranga – São Paulo. 

Caminhos do Mar – Serra do Mar

padrao de lorena estrada velha de santos
Padrão do Lorena, um dos monumentos erguidos na Estrada Velha de Santos em comemoração ao centenário da Independência (Foto: Wikimedia Commons)

Hoje chamada de Estrada Caminhos do Mar, outrora conhecida como Estrada Velha de Santos, a estrada era o caminho principal para a Baixada Santista e foi fechada para tráfego de automóveis em 1985. A rota possui importância histórica tanto para São Paulo quanto para os rumos do Brasil independente.

A origem da estrada remonta a 1792, ano em que o caminho foi pavimentado com rochas trabalhadas à mão, o que facilitou o escoamento de mercadorias, e foi batizado de Calçada de Lorena. Foi num dos trechos deste caminho que, em setembro de 1822, Dom Pedro I subiu a serra após passagem por Santos para proclamar a independência brasileira às margens do riacho do Ipiranga no dia 7.

Em comemoração ao centenário da Independência, em 1922, um conjunto de oito monumentos históricos foi construído pelo caminho, os quais foram tombados pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat) na década de 1970. Hoje, são nove quilômetros que os visitantes podem percorrer a pé, em que o trajeto, repleto de quedas d’água e Mata Atlântica, leva cerca de cinco horas entre ida e volta – o passeio pode começar tanto em São Bernardo do Campo quanto em Cubatão.
Rodovia Caminhos do Mar, SP-148 – Parque Estadual Serra do Mar.

Museu Imperial, em Petrópolis

museu imperial petropolis
Fachada e jardins do Museu Imperial, em Petrópolis, que data do século XIX (Foto: Wikimedia Commons)

Para os interessados no pós-Independência, o Museu Imperial, na cidade serrana de Petrópolis, no Rio de Janeiro, é o lugar ideal. Todo o acervo é recheado de peças ligadas à monarquia brasileira e à família imperial, que ficou no poder entre 1822, após a proclamação da Independência, e 1889, quando foi instaurada a República. Há mobiliário, documentos, objetos pessoais e obras de arte ligadas ao período, inclusive um dos últimos retratos de Dom Pedro I, o proclamador da Independência, pintado por Simplício de Sá.

Diz a história que, em 1822, buscando apoio ao processo de Independência em Vila Rica, Dom Pedro I ficou encantando com a Mata Atlântica e a região serrana. Acabou por adquirir a Fazenda do Córrego Seco em 1830, que viria a se tornar a antiga residência de verão de Dom Pedro II, em que as obras foram concluídas em 1862. O local foi importante também a própria Petrópolis, que nasceu e cresceu graças ao local. Foi em 1943 que a construção neoclássica passou a funcionar como um museu dedicado à monarquia brasileira.

Atualmente, pode ser visitado mediante agendamento no site oficial. Para aqueles que querem entrar mais em contato com o acervo sem sair de casa, o museu disponibiliza um visita virtual pelas principais dependências do local.
Rua da Imperatriz, 220, Centro – Petrópolis (RJ). 

Fonte: CNN Brasil

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