Reforço vacinal produz anticorpos contra a Covid-19 em 99,7% dos casos
Saúde
Publicado em 22/12/2021

Um estudo realizado com 1.310 colaboradores do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (HCFMUSP) indicou 99,7% de soroconversão de anticorpos contra sars-cov-2 após a imunização com a 3ª dose de vacina contra Covid-19. Isso significa que o grupo estudado obteve quase 100% de resposta imune após completar todo o esquema vacinal recomendado.

O grupo de funcionários do HCFMUSP era acompanhado desde o final do ano passado e, a partir das avaliações realizadas ao longo deste período, levando em conta as etapas da campanha de vacinação, foi observada ainda uma evolução nas taxas de soroconversão ao vírus. Em novembro de 2021, antes da disponibilização das vacinas, a taxa de soroconversão de anticorpos no grupo estudado era de apenas 15,1% e exclusivamente relacionada ao contato da pessoa com o vírus.

Em fevereiro de 2021, após o mutirão para aplicação da primeira dose de Coronavac que ocorreu no HCFMUSP, houve um leve aumento da taxa para 28,9%. Em abril, no entanto, já com a segunda dose da vacina aplicada, foi alcançada 89,5% de taxa de soroconversão e, por fim, em dezembro, 99,7% após a dose de reforço com o imunizante da Pfizer.

"Esse estudo claramente corrobora a importância de vacinar com as 3 doses recomendadas. As duas primeiras doses de Coronavac já obtiveram resultados muito bons, com quase 90% de soroconversão. Com a terceira chegou-se muito perto da totalidade, um dado extremamente animador que pode ter refletido na redução dos casos de internação por COVID-19 que temos observado na população vacinada", afirma a infectologista do HCFMUSP e coordenadora do estudo, Silvia Figueiredo Costa.

O trabalho ainda sequenciou amostras de funcionários do grupo estudado que testaram positivo para Covid-19 ao longo da pesquisa e observou que, entre os meses de março e julho, houve predominância de infecções causadas pela variante Gama (março: 91%; abril: 98,5%; maio: 98,9%; junho: 100%; e julho: 88,5%).

A variante Delta começou a ser identificada também em julho entre funcionários do HCFMUSP, quando era 6,5% dos casos, e nos meses seguintes se tornou predominante (agosto: 79,8%; setembro: 97,4%; outubro e novembro: 100%).

"Diante do aumento de número de casos da variante Ômicron no mundo, é muito importante que a população receba a terceira dose da vacina que, neste momento, é a principal medida farmacológica disponível para conter a pandemia", alerta a médica.

Fonte: Correio do Povo


 
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