Apesar de afetar jovens adultos, a doença atinge mais as mulheres, numa proporção de duas mulheres para cada homem diagnosticado. Em relação a faixa etária, a idade média em que há o diagnóstico é aos 30 anos.
A doença se manifesta por alterações na bainha de mielina, estrutura cerebral que envolve as células nervosas que conduzem os impulsos elétricos que controlam as funções do organismo. Quando isso acontece, há o comprometimento da função do sistema nervoso (cérebro e medula), ou seja, interfere no trânsito de informações dos neurônios para o resto do corpo.
A partir do início da doença, é percebida a degeneração das fibras nervosas. Além disso, podem ocorrer surtos, que são as crises inflamatórias que danificam a bainha de mielina. Não há uma frequência estabelecida para estes surtos: eles ocorrem de forma aleatória e variam em número e frequência entre os pacientes.
O que causa a esclerose múltipla?
A ciência ainda não tem uma resposta sobre a origem da deterioração da bainha de mielina que causa a esclerose múltipla. Entre as hipóteses em estudo, está a possibilidade de que a ação contra os tecidos do sistema nervoso seja induzida pelo próprio sistema imunológico, por predisposição genética.
Entre os principais sintomas, destacam-se:
- perda visual (neurite óptica),
- diminuição ou perda de movimentos dos membros (paresia),
- sensação de dormência ou formigamento (parestesia),
- disfunções da coordenação e do equilíbrio,
- inflamação da medula espinhal (mielite),
- alterações cognitivas e comportamentais,
- alterações ligadas à fala e deglutição,
- fadiga e
- problemas no trato urinário e digestivo.
O que define os tipos de esclerose múltipla é a evolução clínica do paciente. A forma mais comum da doença é a remitente-recorrente (EM-RR), identificada em cerca de 85% dos casos. Nesse caso, o paciente tem surtos bem definidos, manifestando sintomas por dias ou semanas, até desaparecerem, com uma recuperação completa e sem sequelas.
As formas progressivas, que correspondem a 10 a 15% dos casos, são divididas em:
- primária (EM-PP), que se manifesta lentamente no início, mas tem uma piora constante dos sintomas, com o acúmulo e estabilização dos déficits e incapacidades por anos;
- secundária (EM-SP), que é uma evolução do tipo remitente-recorrente. Metade das pessoas que têm um início remitente-recorrente, após 10 a 20 anos do início dos sintomas, começam a ter surtos e uma lenta e progressiva dificuldade.
É possível tratar a esclerose múltipla?
A esclerose múltipla não tem cura, mas pode ser tratada com medicamentos que vão tentar reduzir a atividade inflamatória e a ocorrência dos surtos. Com isso, busca-se reduzir o acúmulo de incapacidades na vida do paciente.
Os pacientes precisam, também, tratar os sintomas de forma isolada, visando assim ter mais qualidade de vida. Tanto o diagnóstico quanto o acompanhamento e a indicação de medicação são feitos pelo médico neurologista, de forma individualizada.
Fonte: CNN Brasil