Sabe o que aconteceu com o tempo no RS nesta quarta (15)?
É um fenômeno chamado de Complexo Convectivo de Mesoescala (CCM), comum na primavera, o responsável pelos fortes temporais que assolou o Rio Grande do Sul e, segundo a ciência, ainda está ocorrendo, pois, cumpre um tipo de ciclo. Com eventos mais graves no Noroeste gaúcho, o fenômeno causou estragos em Ijuí, onde mais de 60 casas ficaram destelhadas em razão da chuva que começou ainda na quarta-feira (15), por volta de 23h; e em Giruá, onde um público estimado em 60 pessoas reunidas em um ginásio de esportes foi surpreendido com a queda da estrutura, uma pessoa morreu e dezenas ficaram feridas.
O fenômeno de cigla CCM trata-se de um grande aglomerado circular e de longa duração de nuvens muito carregadas, de grande desenvolvimento vertical, que podem atingir de dez a vinte quilômetros de altura. Estes aglomerados são identificados a partir de imagens de satélite, e costumeiramente provocam chuva forte a intensa e tempestades.
O nome complexo decorre do fato de serem muitas áreas de tempestade reunidas em um mesmo sistema e que podem provocar chuva volumosa e tempestades fortes a severas de vento e granizo, não raro com fenômenos mais extremos como tornados e microexplosões atmosféricas.
Quem observou o céu na noite dessa quarta-feira entende melhor essa descrição, pois viu uma sequência anormal de raios e trovões. O estudo de autoria de Maria Assunção Faus da Silva Dias, do Departamento de ciências Atmosféricas da USP, descreve características do fenômeno.
“... o ciclo de vida do CCM é tal que o horário de máxima extensão ocorre de madrugada, na grande maioria dos casos observados. O hábito noturno é uma das características mais marcantes do CCM tanto subtropical, nos dois hemisférios como aqueles observados na região tropical. As primeiras células convectivas que ainda precedem a definição do início do CCM podem ocorrer tanto no início da tarde como no início da noite, numa curva bimodal. O fim do CCM ocorre em sua grande maioria por volta do meio-dia subsequente”.
Fonte: Jornalismo Rádio FEMA