A produção industrial brasileira reverteu parte do desempenho negativo apurado em janeiro e aumentou 0,7% em fevereiro, na comparação com o mês anterior, apontam dados divulgados nesta sexta-feira (1º) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Mesmo com o resultado positivo, o setor permanece 2,6% abaixo do patamar de antes do início da pandemia. Também está 18,9% abaixo do nível recorde alcançado em maio de 2011.
Somente em janeiro, o segmento encolheu o 2,4%, com queda da produção em 10 dos 15 locais pesquisados pela Pesquisa Industrial Mensal (PIM). Com as variações, a indústria acumula queda de 5,8%. Em 12 meses, o setor apresenta alta acumulada de 2,8%.
Para André Macedo, gerente responsável pela pesquisa, os resultados não são surpreendentes, já os meses de janeiro são caracterizados pela redução de jornadas de trabalho e pelo movimento maior de férias coletivas. "Em fevereiro, há o retorno normal ao trabalho, que impulsiona a produção do mês", destaca ele.
Setores
O avanço da indústria em fevereiro contou com o aumento da produção em todas quatro grandes categorias econômicas e em 16 dos 26 ramos pesquisados. Entre as atividades, as influências positivas mais importantes vieram das indústrias extrativas (5,3%) e de produtos alimentícios (2,4%). Macedo explica que o desempenho positivo do setor extrativo ocorre devido à queda de 5,1% apurada em janeiro, por conta do maior volume de chuvas em Minas Gerais, o que prejudicou a extração do minério de ferro.
"Com a normalização das chuvas, houve uma regularização da produção. Já o setor alimentos teve seu quarto mês positivo de crescimento, acumulando no período ganho de 14%. Em fevereiro, os destaques foram a produção de açúcar e carnes e aves, dois grupamentos importantes dentro do setor de alimentos”, avalia André.
Outras contribuições positivas vieram de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (12,7%), veículos automotores, reboques e carrocerias (3,2%), metalurgia (3,3%), bebidas (4,1%), outros equipamentos de transporte (15,1%) e produtos de borracha e de material plástico (2,9%).
Fonte: Correio do Povo